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23/11/2015 15:30

Caminhada da Liberdade celebra a Consciência Negra

15ª Caminhada da Liberdade - Foto Rosilda Cruz
Foto: Rosilda Cruz

A importância do empoderamento da população negra e de sua luta por cidadania foi destacada na 15ª Caminhada da Liberdade, realizada na sexta-feira, 20 de Novembro, em Salvador. Representantes do poder público, personalidades e lideranças ligadas a movimentos que lutam em prol da garantia dos direitos da população afrodescendente na Bahia participaram do evento, considerado uma das principais manifestações alusivas ao Dia Nacional da Consciência Negra. A caminhada partiu da Senzala do Barro Preto, no Curuzu, no bairro da Liberdade, em direção ao Pelourinho.


“Desde que o primeiro negro aportou na Bahia, a gente começou essa marcha pela liberdade. Essa luta pelo empoderamento é fundamental, porque sem cidadania a liberdade não existe”, afirmou o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Jorge Portugal. Na praça Nelson Mandela, o governador Rui Costa, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a ministra de Política para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, os secretários estaduais de Promoção da Igualdade Racial, de Turismo e de Políticas para Mulheres, Vera Lúcia Barbosa, Nelson Pelegrino e Olívia Santana, e o ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, entre outras autoridades, prestigiaram a passagem da caminhada pela Estrada da Liberdade.


Diversas entidades de matriz africana, entre elas o Ilê Aiyê, o Muzenza, o Cortejo Afro, Os Negões e o Malê Debalê participaram do encontro e reforçaram, por meio de seus tambores e de sua musicalidade, a luta em prol da igualdade racial. “O toque dos tambores tem uma importância: chamar a atenção para algo que a gente vem lutando há 320 anos, os ideais defendidos por Zumbi dos Palmares e pelos heróis da Revolta dos Búzios, que continuam latentes e contemporâneos e são a liberdade, a fraternidade e a igualdade. Hoje, na Bahia, não é feriado, mas milhares de pessoas estão mobilizadas desde cedo porque, apesar de ser um momento muito difícil, a luta de Zumbi continua nos inspirando e ele continua vivo dentro de todos nós, homens, mulheres, cidadãos”, afirmou a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias da SecultBA, Arany Santana.


Na Bahia, as atividades em comemoração do Mês da Consciência Negra fazem parte das ações da Década Internacional Afrodescendente, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), cuja adesão do governo do Estado foi feita, de forma pioneira no país, por meio de decreto assinado pelo governador Rui Costa em setembro. “Para nós, a articulação da sociedade nesta data e o reconhecimento do poder público, através da Década Internacional Afrodescendente, comprovam a imortalidade de Zumbi”, explica Paulo Roberto Pereira, presidente do Bloco Afro Os Negões e integrante do Fórum de Entidades Negras da Bahia, que organiza a Caminhada.

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