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14/08/2017 16:00

Programação da SecultBA foi destaque na 1ª edição da Flipelô

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Foto: Leto Carvalho

Durante cinco dias o Pelô foi palco de uma intensa celebração à literatura. A Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), encerrada ontem (13), ocupou museus, teatros, cinema, praças e espaços dos mais diversos do Centro Histórico. Além de apoiador financeiro do evento, promovido pela Casa de Jorge Amado, o Governo do Estado realizou, através das unidades da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), uma extensa programação paralela e integrada, que atraiu diferentes públicos.

Homenagem a Jorge Amado –
Na sede do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI – casa 12, Largo do Pelourinho), funcionou a Casa do Governo na Flipelô, que reuniu ações do próprio CCPI, da Funceb e Fundação Pedro Calmon. No hall de entrada da casa, os visitantes se encantaram com uma variedade de peças e brinquedos extraídos das culturas populares. Estão por lá espalhados figurinos coloridos de baianas, bois multicores, bonecos artesanais e caixas de lambe-lambe que guardam um universo lúdico, habitado por personagens das histórias de Jorge Amado. Outro destaque dali foi o artista Denissena, que grafitou ao vivo parte dos 22 quadros que compuseram a exposição “Vida e Histórias de Jorge Amado”, retratando personagens, pessoas e momentos da vida do escritor. Também aconteceram as oficinas de cerâmica, nas quais os visitantes construíram peças no torno e ainda aprenderam a esculpir frutas e livros. A programação ainda contou com o Concerto Para Jorge Amado, com Orquestra ComPassos, que realizou apresentação na quinta (10) e no domingo (13), no Largo do Pelourinho. O repertório foi composto por canções de co-autoria de Jorge e composições inspiradas na obra do escritor. Quem não conseguiu visitar a casa durante os dias da Flipelô ainda tem a oportunidade de conferir as exposições, que permanecem em cartaz no mesmo endereço.

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Foto: Lucas Rosário

Biblioteca móvel – 2 mil pessoas – dentre crianças, jovens e adultos – passaram pela Biblioteca Móvel da Fundação Pedro Calmon/SecultBA no Terreiro de Jesus no período de 10 a 13 de agosto. Durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho – a Flipelô, a unidade se destacou no local, que teve ainda mais duas bibliotecas do mesmo estilo. Com uma série de atividades, durante todo o dia, a Biblioteca Móvel brilhou e encantou estudantes e famílias que foram desfrutar da primeira Festa Literária realizada em Salvador. Com uma programação bastante diversa, a FPC, por meio da unidade móvel, teatro, contações de histórias, lançamento de livros, Música e até Stand Up, atividades para todos os gostos e idades. “A primeira edição da Flipelô foi muito positiva. Vários grupos de escolas públicas e privadas – e não só da capital - compareceram no Terreiro de Jesus, de quinta a domingo. A Biblioteca Móvel foi destaque diante das demais, porque atrelamos o lúdico à leitura. Levamos nosso fazer diário à Festa e conquistamos muitos leitores que, com certeza, nos seguirão nas próximas edições”, avaliou a diretora da Biblioteca de Extensão, que gerencia as unidades móveis, Sílvia Cunha.

A Fundação Pedro Calmon esteve na Flipelô também com outras programações, a exemplo do projeto Memórias de Leitura, que apresentou ao público, na Casa do Governo, situada no Largo do Pelourinho, relatos em vídeo de leitores sobre suas experiências de leitura. O projeto foi idealizado pela Diretoria do Livro e Leitura da Fundação, que também coordenou outras ações na Festa –a Conferência e Roda de Conversa com a escritora e jornalista portuguesa, Alexandra Lucas Coelho e a terceira edição do projeto "O Violão e a Palavra", com Jussara Silveira, Luciano Salvador e Paquito.

Diversidade artística –
As linguagens artísticas literatura, teatro, dança, música e artes visuais, marcaram a programação Funceb na Flipelô, que ocupou espaços da Casa do Governo na Flipelô, da Escola de Dança da Funceb, do Centro de Formação em Artes e do Terreiro de Jesus. Na Casa do Governo na Flipelô a Diretoria das Artes (Dirart) da Funceb, por meio da Coordenação de Literatura, ocupou, até o dia 13, domingo, o salão principal com apresentação dos projetos Mapa da Palavra.BA e sua publicação CartoGRAFIAS e o Grafias Eletrônicas. No CFA aconteceram aulas, oficinas e rodas de conversa que trouxeram nomes como a jornalista e professora Izabel Gurgel, a doutora em educação com ênfase em cultura afro-brasileira Vanda Machado e o dramaturgo e diretor teatral Gil Vicente Tavares. No Terreiro de Jesus, a Dirart realizou o Encontro dos Coletivos de Poesia com Grupo Arte Marginal (A Pombagem) e Sarau do Paço (Gato Preto) no dia 10, e Sarau da Onça, Grupo Resistência Poética e Sarau Enegrescência, no dia 11. Neste dia alunos do Curso Preparatório da Escola de Dança fizeram mostra de coreografias, enquanto, no CFA, Dilson Midlej falava sobre os artistas visuais da Bahia nos anos 60/70, contemporâneos de Jorge Amado e muitos seus ilustradores, como Carybé, Verger, Jenner Augusto, Calasans Neto e Mirabeau Sampaio. No sábado, dia 12, a Diretoria do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon realizou, com a Dirart, o Encontro com Escritores, no CFA. Na Escola de Dança da Funceb se apresentaram alunos do curso Profissional com solos da mostra TôNaCena e grupos residentes. Esta série de eventos marcou a presença da Funceb na Festa. “Tanto o CFA quanto a Escola de Dança da Funceb estiveram presentes, como instituições do Centro Histórico, onde ocorreu a Flipelô, dialogando com várias linguagens, que cultivam a transversalidade, assim como na obra de Jorge Amado”, considerou Fernanda Tourinho, diretora da Funceb.

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Foto: Lucas Rosário

Museus – Os museus administrados pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (DIMUS/IPAC) integraram a programação com atividades no Centro Cultural Solar Ferrão; Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica e Museu Tempostal. Ao todo foram mais de 50 atividades, entre mesas de debates, lançamentos de livros, oficinas literárias, saraus, apresentações teatrais, exibição de vídeos e shows musicais. O Centro Cultural Solar Ferrão expôs a mostra ‘100×100 Carybé Ilustra Jorge Amado’ que, recebeu estudantes de colégios púbicos e privados, além do público da Flipelô em geral, para darem um passeio sobre o mundo que permeou a amizade entre os dois artistas, celebrando o centenário de ambos. Ilustrações de obras como O Sumiço da Santa e Jubiabá, além de fotos que revelam diferentes momentos da amizade entre Jorge e Carybé estão relatadas nos painéis. Entre os dias 10 e 12 foi a vez do Solar Ferrão dar espaço à oficina ‘A Arte do Livro de Pano’, que teve como subtema ‘Do conto oral à criação do livro de pano’, ministrada pela pedagoga Cristina Melo, coordenadora do Laboratório de Educação Digital: Museu, Arte e Cultura (LabDimus) e coordenada pela socióloga Eliene Diniz. O Solar Ferrão contou ainda com o lançamento do livro de literatura infantil “Arthur, o Pequeno Filósofo” de autoria de Cristina D’Avila.

Já o Museu Udo Knoff recebeu a Oficina de Encadernação Artística/Criativa ministrada pela museóloga e artesã Melissa Santos, e a atividade POEMUSIK – Poesia Musicada, estimulando a sensibilidade das pessoas através da poesia e da música. Mediada por Gabriel Dantas e Fabiana Pancho, ambos colaboradores do museu. Por fim, o Museu Tempostal promoveu atividades em realização conjunta com o Grupo Contadeiras. A ‘Tempestade de histórias para crianças e outras brincadeiras’ foi uma contação de histórias voltada para os alunos de 3 a 5 anos da Escola Municipal João Lino, localizada no Pelourinho. Na sexta e sábado foi a vez da Oficina de Contação de Histórias. Voltada para educadores, pedagogos e interessados, os participantes dialogaram com as integrantes do grupo Contadeiras composto por Maria Terezinha, Maria José, Carla Chastinet e Luciana Ávila. O local recebeu também o lançamento da “Antologia Poética Café com Poemas, Vol. 1”, da série Novos Sabores, que aconteceu sábado (12), em parceria com o Movimento Café com Poemas e o blog da Gaivota.

Mostra de livros - Já o Centro de Documentação e Memória do IPAC (CEDOM) promoveu durante os dias da festa a Mostra Coletiva Livros de Artista. Pela segunda vez em Salvador, a exposição de livros, sketchbooks, flipbooks e zines, ressalta o processo de criação de cerca de 60 obras de artistas baianos, através de uma reflexão sobre alguns aspectos da produção contemporânea. Também aconteceu a mostra dos Cadernos Especiais do IPAC, que trazem estudo aprofundado de diversas manifestações culturais do estado. E na sexta-feira (11), o professor e doutor em história Luiz Freire palestrou sobre “Manuel Querino: A escrita como instrumento na luta pela memória da arte e dos artistas na Bahia”, relembrando a trajetória do intelectual negro santamarense que contribuiu de forma efetiva para a cultura baiana.


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