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08/01/2018 15:00

Olodum, Didá e Ponto de Equilíbrio agitaram o Concha Negra

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Foto: Lucas Rosário

Para comemorar os 30 anos de existência do samba reggae, o Olodum convidou as bandas Didá e Ponto de Equilíbrio para embalar a multidão que lotou a Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), neste domingo, 07. Baianos e turistas a experimentarem, às vésperas do Carnaval, um pouco da energia e do ritmo dos tambores baianos.

A Cia de Dança Lekan Dance abriu a noite, já no espetáculo principal, a banda Olodum rufou os tambores dando inicio ao show da turnê Eu Falei Faraó. Clássicos como Faraó, Avisa Lá, Rosa, Alegria Geral, Vem Meu Amor, Berimbau, Madagascar Olodum, Ladeira do Pelô, Protesto Olodum, Canto ao Pescador, Deusa do Amor e Requebra entoaram a noite musical que comemorou também o lançamento do primeiro disco da banda, Egito Madagascar.

Realizando o desejo de participação no projeto Concha Negra, a Banda Didá foi convidada especial da festa. Compartilhando da mesma origem, o Olodum e a Banda Didá prestaram homenagem ao fundador de ambas as associações, Neguinho do Samba. Criador do samba-reggae, o músico e também educador foi lembrado pelo trabalho musical e social que hoje é preservado e admirado por seus sucessores.

Vivian Caroline é diretora e vocalista na Banda Didá. Para ela, o convite do Olodum foi especial porque partiu da casa de Neguinho do Samba, fundador da Associação Educativa e Cultural Didá que completa, em 2018, 25 anos de existência. “É muito emocionante compartilhar o palco com pessoas que foram alunas de Neguinho do Samba, ele que tinha uma dimensão maior do que é ser aluno, nutrindo um vínculo afetivo e familiar no processo. Essas mesmas pessoas amam e são gratas a Neguinho, é uma oportunidade linda dividir o palco com elas, pois traz à tona memórias, saudades, a responsabilidade, e o compromisso de fazer o samba reggae da melhor forma, um samba-reggae para Neguinho gostar. Nós somos talvez os dois grupos com maior responsabilidade de preservação do legado de Neguinho do Samba. No caso da Didá, com um acréscimo importantíssimo que é a inclusão da mulher negra nesse cenário”, refletiu a cantora.

Os cariocas da banda Ponto de Equilíbrio também fizeram parte da festa. Ao som de Woman no Cry, Hélio Bentes, Pedro Caetano, Márcio Sampaio, Tiago Caetano, Lucas Kastrup e Marcelo Campos subiram ao palco para realizarem uma das misturas mais esperadas da noite. “A gente é do Rio de Janeiro, só que desde muito cedo, a gente ouve e vê o Olodum. O Olodum tem representatividade no Brasil inteiro, um movimento de massa forte, de uma música com o peso sonoro muito grande. Rolou sintonia, desde a primeira vez que tocamos juntos há alguns anos no Pelourinho, aquele peso sonoro encima do nosso som, é a mistura do reggae tradicional com o som característico da banda que já tem uma batida bem próxima ao reggae”, admirou Hélio Bentes, vocalista da banda.

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Foto: Lucas Rosário

“O samba-reggae é muito importante para a música brasileira, é influência em melodia, ritmo, e etc. Salvador é a capital fora da África com maior população negra, e o samba-reggae do Olodum representa a África no Brasil, a mistura rítmica”, concluiu Márcio Sampaio, guitarrista do Ponto de Equilíbrio.

Iniciativa do Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), através do próprio TCA e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), e em alinhamento com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), a ação garante o lugar da música afro-baiana na programação mensal deste que é o maior complexo cultural da Bahia.


CONCHA NEGRA – O projeto Concha Negra se compromete a fomentar a diversidade cultural da Bahia, suas tradições e patrimônios. O incentivo a mais um canal de visibilidade e acesso à música afro-baiana se alinha a políticas que reconhecem a cidadania cultural e a afirmação de identidades, combatendo preconceitos e valorizando a expressão das variadas manifestações humanas. A primeira etapa do projeto foi iniciada em setembro, com show dos Filhos de Gandhy, em seguida com o Muzenza, em outubro, Ilê Aiyê, em novembro, Cortejo Afro, em dezembro, e segue por um semestre até o mês de fevereiro. Depois do Olodum, Malê Debalê encerra a lista em 4 de fevereiro, com participações de Mariene de Castro e Ellen Oléria. Além das apresentações principais, cada espetáculo tem a participação de pelo menos um convidado especial e também uma abertura com intervenções de outras linguagens artísticas, como teatro, dança e moda.
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