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08/02/2018 21:40

Encontro de Microtrios e Nanotrios antecipa a folia no Pelô

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Foto: Mariana Campos
A diversidade de ritmos, estilos e pessoas encheu o Terreiro de Jesus no 3º Encontro de Microtrios e Nanotrios nesta quinta-feira (08), em plena véspera da abertura oficial do Carnaval do Pelô. No total circularam sete microtrios e quatro nanotrios que trouxeram temas diferentes desde a nostalgia dos antigos carnavais até mensagens de resistência e de luta.

O percussor do conceito de microtrio, o músico Ivan Huol desfilou com o tema “Censura Livre” e fantasiado de Frida Kahlo, com o objetivo de transmitir uma mensagem contra os preconceitos de gênero, idade e religião. “O microtrio está levantando essa bandeira, por conta da urgência desse momento em que estamos vivendo. Muita gente que pensa igualmente a nós, não tem noção do perigo que corremos”, expõe Huol.

Batizado por seu baixista Paulo Vaqueiro em 1996, o músico explica que a ideia do microtio era voltar às origens do trio elétrico, da mesma forma que Dodô e Osmar haviam imaginado. “A emoção foi tão grande que eu quis compartilhá-la com meus colegas músicos e ansiei muito por esse momento que as pessoas iam se inspirar pelo que a gente fez”, rememora.

O também músico Chico Gomes acredita que o movimento dos micros e nanotrios democratiza o carnaval, seja pela possibilidade do público poder curtir a festa sem pagar, como também por criar o ambiente para o artista apresentar seu trabalho. Comandando o Peixinho Elétrico com sua banda Marana, ele afirma que “o carnaval de Microtrios, incentivado pelo Governo do Estado, ajuda na construção e desenvolvimento desses equipamentos para que os artistas possam crescer e ter um espaço dentro do carnaval”.

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Fred Menendez/Foto: Mariana Campos

Decorado com diversas máscaras confeccionadas pelo artesão Seu Ulisses da Praia do Forte, o Rixô Elétrico saiu com o propósito de criar uma ambiência dos antigos carnavais. “A gente procura manter a tradição das alegorias, com toda equipe padronizada para voltar aos antigos carnavais, que, na verdade, nunca irão se perder”, afirma o músico Fred Menendez, que comanda o nanotrio.

O Garampiola veio para o Pelourinho com o tema circense. Seu fundador, Ubiratan Silva, explica que todo o conceito foi pensando em homenagem ao seu irmão que é artista de circo. Ele ainda reforça que ao vir prestigiar o encontro, o público vai poder ter um melhor conforto para esse início de carnaval. “Os microtrios oferecem um som audível, mas que ao mesmo tempo você pode conversar com a pessoa sem estar gritando”, diz.

É o que também pensa a psicóloga Lílian Mignac. Veterana no carnaval do Pelourinho, ela sempre vem ao centro histórico curtir as quintas e sextas-feiras de carnaval. “Esse negócio de camarote não é para mim, aqui é a melhor coisa que existe, pois é sempre muito bom reviver esse resgate da tradição carnavalesca”, fala aos pulos a psicóloga.

O baiano aposentado Ubirajara Nunes trouxe sua família de Brasília, que pela primeira vez veio sentir a energia do carnaval da Bahia. “Eu estou todo ano aqui e quis apresentá-los essa festa que é muito nossa. Meu cunhado está encantado e não para de tirar fotos dos microtrios”, diverte-se Nunes.

Após o encontro de hoje, os microtrios e nanotrios terão outras apresentações durante o carnaval no Terreiro de Jesus. Na sexta-feira (09), o Garampiola se apresenta às 17h. Enquanto que Peixinho Elétrico, Tuk Tuk Sonoro, Bicicletrio, Pelô Bossa Reggae, Rural Elétrica e Rixô Elétrico se apresentam no sábado (10), a partir das 15h. No domingo (11), às 16h, é a vez de Dom Quixute de La Conga e Peu Murray com o Coletivo Gente Boa Se Atrai terem suas apresentações solos. Maira Lins no Boteco Elétrico encerra as apresentações na terça-feira, às 17h. Enquanto isso, na Barra, o Microtrio Ivan Huol agita o público às 14h.

CARNAVAL DA CULTURA - O Carnaval da Cultura é o carnaval da democracia e da diversidade e do folião pipoca, que leva para as ruas, durante todos os dias e circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e, principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura – uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Carnaval Ouro Negro. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.carnaval.bahia.com.br
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