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14/02/2018 12:10

Carnaval da Cultura celebrou os 220 Anos da Revolta dos Búzios no Pelourinho e nos blocos do Ouro Negro

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Foto: Lucas Rosário
 
O Carnaval da Cultura levou muito mais do que folia e diversão para os três principais circuitos da folia baiana. Com o tema “220 Anos de Revolta dos Búzios – Igualdade e Liberdade”, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, utilizou o período carnavalesco como uma oportunidade de reflexão, de se pensar politicamente e também transmitir o aprendizado acerca deste acontecimento histórico e dos quatro heróis que o simbolizam: João de Deus, Luís Gonzaga, Manuel Faustino e Lucas Dantas.

Seja com referências mais diretas, como os elementos decorativos acerca do tema que atraíram os milhares de visitantes que passaram diariamente no Pelô, na beleza e resistência dos blocos afro participantes do projeto Ouro Negro, que desfilaram em todos os circuitos da festa, ou mesmo na diversidade de manifestações culturais e no canto de várias gerações, ecoando nos palcos e nas ruas do Centro Histórico, os ideais de Igualdade e Liberdade se fizeram presentes a todo o momento na programação do Carnaval da Cultura.

Pelourinho vivo – O Carnaval do Pelô reafirmou o seu local como o carnaval da diversidade e mostrou números que impressionam. Foram mais de 200 apresentações artísticas ao longo de seis dias da folia, que teve início na quinta-feira, com o 3º Encontro de Microtrios e Nanotrios no Terreiro de Jesus, e abertura oficial na sexta-feira de Carnaval, com o belíssimo show de Lazzo Matumbi com as participações de Iracema, vocalista do Ilê Aiyê, de Lazinho, cantor do Olodum, e do ator Dody Só, unidos num ato musical, cultural e político em homenagem aos 220 anos da Revolta dos Búzios. Relacionando tudo o que aconteceu nos palcos e nas ruas, foram feitas mais de 400 horas de música, performances, desfiles e manifestações. Entre tantos músicos, cantores e performers envolvidos a cada apresentação, estima-se que mais de 1.200 artistas tenham participado ativamente da programação do Pelô, sendo destes, cerca de 400 artistas de rua.

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Foto: Mariana Campos

Cada vez mais integrado ao Carnaval do Pelourinho, quase todos os microtrios e nanotrios do projeto Pipoca realizaram no Terreiro de Jesus os dois desfiles apoiados pela SecultBA. Dessa forma, os foliões tiveram a oportunidade de aproveitar as apresentações com maior comodidade e tranquilidade, sem perder em nada nos quesitos diversão e animação, que permaneceram em tamanho G. Foram sete microtrios e quatro nanotrios apoiados por meio do projeto, que trouxeram temas diferentes desde a nostalgia dos antigos carnavais até histórias de luta e de resistência, impressionando em beleza e qualidade.

O palco principal da folia foi mais uma vez localizado no Largo do Pelourinho, cenário que neste ano se mostrou ainda mais pertinente, pois este que num momento triste da nossa história foi um local de sofrimento, hoje reconfigura-se como um espaço de afirmação e resistência do povo negro. A música afrobrasileira foi a grande protagonista, desde a abertura com Lazzo e convidados, até diversos dos Projetos 3 Artistas – modalidade do edital Pelô/Pipoca da SecultBA que neste ano selecionou nove shows participantes. A juventude negra compareceu em peso e se viu representada ao olhar e ao ouvir as cantoras Luedi Luna e Xênia França, e a banda Afrocidade, três dos grandes expoentes da música preta da Bahia, o projeto tinha justamente o objetivo de dar voz ao que há de mais novo nos movimentos negros, e aconteceu no sábado de Carnaval. Se de um lado a juventude foi representada, também se fez presente quem participou do plantio de conquistas e avanços colhidos pelas gerações que lhe seguiram. O cantor Mateus Aleluia, membro remanescente da banda Os Tincoãns, que surgiu no final dos anos 50 e marcou definitivamente a história da música afrobrasileira, participou de uma Folia Afro Brasileira! O show, que aconteceu no domingo, saudou os orixás, inquices e voduns com canções conhecidas tanto no período carnavalesco quanto fora dele, foi formado por Aleluia junto com as cantoras Ana Mametto e Rita Beneditto. Já Aloísio Menezes e Márcia Short, duas das vozes negras mais marcantes da Bahia, se uniram a um dos maiores maestros e instrumentistas do estado, Hugo Sanbone, para formar uma Trilogia Black! O show foi descrito como uma homenagem às lutas do povo negro, e trouxe clássicos do samba reggae e canções dos blocos afro. Já o último dia da folia teve uma merecida homenagem para o grande mestre bamba Riachão, que demonstrando energia, força e disposição, aos 96 anos de idade, animou os foliões junto a Ana Paula Albuquerque e Paulinho Timor e os Bambas do Samba.

Com o Projeto 3 Artistas, também foram promovidos encontros entre Manuela Rodrigues, Claudia Cunha e Sandra Simões; Ronei Jorge, Giovani Cidreira e Maglore; Alexandre Leão, Moreno Veloso e Davi Moraes – que para completar trouxeram a participação surpresa de Caetano Veloso no palco do Pelô; Luciano Calazans, Fernando Nunes e Gigi Cerqueira; e ainda Mazzo Guimarães, Luciano Salvador e Simone Mota, que encerraram a programação.

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Foto: Alexandra Martins Costa
 
O palco principal ainda passou por momentos marcantes como o show da BaianaSystem, figurinha carimbada da folia e que neste ano fez o show mais cheio da história da banda junto ao Carnaval do Pelô, demonstrando que é um fenômeno que permanece em expansão.

Recebendo o primeiro Carnaval após as reformas e requalificações que ocorreram no último ano, os largos Pedro Archanjo, Tereza Batista e Quincas Berro d’Água também foram espaços vivos e movimentados durante os seis dias da folia, trazendo orquestras, bailes infantis, atrações de samba, axé, reggae, hip-hop, guitarra baiana, pop rock, arrocha. Foram mais de setenta atrações que passaram por esses palcos, com destaques como Baco Exu do Blues, Vivendo do Ócio, Africania, Gerônimo e Orquestra Popular de Maragojipe.

As ruas do Pelourinho novamente deram um show! Através do projeto de Carnaval das Ruas do Pelô, diversos grupos que dificilmente tem apoio em seus desfiles recebem o estímulo para continuarem mantendo essa tradição tão importante para a história do Carnaval da Bahia. Incansavelmente espalhando alegria, arte e musicalidade pelas ruas, foram realizadas no total 89 saídas durante os dias da folia, passando pelas ruas, vielas e ladeiras, totalizando 235 km percorridos sem faltar disposição.

Entidades de Matriz Africana são os destaques do carnaval do Centro – Que a cultura negra é o destaque do Circuito Osmar (Campo Grande), todo mundo já sabe. Mas no carnaval deste ano isto ficou mais latente e visível. Em todos os dias da folia, foram as entidades de matriz africana que asseguraram a diversidade e tradição dos desfiles de blocos com cordas, fazendo a festa de milhares de pessoas na Avenida.

Nas seis noites de festas, dentre os trios que desfilaram no circuito tradicional, os toques do afro, do afoxé ou do samba ou do reggae formaram a maioria na Avenida. Esta presença massiva de elementos da cultura negra é o resultado do trabalho realizado nos últimos dez anos pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura, de programar e investir no projeto Carnaval Ouro Negro. É através dele que as entidades de matriz africana recebem o aporte financeiro que contribui para que as agremiações realizem os seus desfiles..

No carnaval de 2018 o Programa Ouro Negro celebra 10 anos de existência. E neste período, mais de 150 entidades já foram contempladas, totalizando mais de R$ 50 milhões investidos. Na edição deste ano, 91 entidades participam do programa, recebendo mais de R$ 6 milhões e com um impacto direto na vida de mais de dez mil pessoas. “Eu vi, neste ano comemorativo do Ouro Negro, uma evolução no que tange a organização no desfile e na estética das roupas e alegorias. Chegamos a um estágio bem melhor do que aquele que encontramos no início do projeto. Assim, encerramos a edição de dez anos deste projeto com chave de ouro”, orgulha-se a secretária de Cultura, Arany Santana.

Ela conta também que os blocos de Samba deram um verdadeiro show na avenida. “O Alerta Geral, o veterano, trouxe seus convidados e percebemos a aceitação dos seus associados. O Alvorada também deu seu show e junto com os demais blocos mostraram a força do Samba no Carnaval da Bahia”, disse com entusiasmo a secretária.

Do total, aproximadamente 60 entidades desfilam no circuito Osmar, cinco descem para o circuito Dodô e cerca de 50 entidades fazem seu carnaval pelo circuito Batatinha. O destaque do projeto é o fortalecimento do segmento samba que hoje é o segmento que tem mais entidades contempladas - ao todo 37 blocos e uma mistura entre os mais conhecidos do ritmo no carnaval como Alerta Geral, Reduto do Samba, Alvorada e Amor e Paixão e outras entidades ainda tímidas, como O Mangue e Carnapelô. Para o presidente da União de Entidades de Samba (Unesamba), José Luís Lopes, mais conhecido como “Zé Arerê”, é uma vitória conseguir apoio para levar um bloco de samba para avenida. “Graças ao Ouro Negro conseguimos trazer o nosso brilho. Essa é a Quinta do Samba e não vamos permitir que os blocos arriem as cordas!”, disse Zé.

Nesta mesma linha está o segmento afro, com 32 entidades apoiadas como Cortejo Afro, Ilê Aiyê, Olodum, Afro Muzenza, entre outros e que recebem recursos que variam entre R$35 mil reais e R$ 300 mil reais. Esta também é faixa de valor de apoio para o segmento de afoxé, que teve 18 entidades apoiadas para seus desfiles. O Ouro Negro também apoiou quatro entidades de reggae do carnaval de Salvador, que desfilaram no circuito e juntos totalizam um investimento de R$ 225mil reais. Já no segmento de blocos de índio, o Commanches do Pêlo foi o único bloco contemplado e desfilou apresentando a dança e o colorido dos cocares e animados por conta do Samba do Pretinho.

Início da Folia - O primeiro dia do carnaval foi marcado pelo tradicional desfile dos blocos de samba no circuito Osmar (Campo Grande). Diferentemente, de muitos blocos que deixaram de desfilar neste ano, as entidades de samba mostraram que estão cada vez mais fortes. Apresentações de entidades tradicionais como Alerta Geral, Amor e Paixão e Proibido Proibir abrilhantaram o circuito Osmar (Campo Grande) e contaram com aporte financeiro do Ouro Negro. Além do samba, blocos afros, como o Bloco da Capoeira e o Bankoma, que atuam durante todo o ano em suas comunidades levaram a beleza desse trabalho para a avenida na quinta-feira.

Com os berimbaus e grandes rodas formadas, o bloco da Capoeira envolve mais de 600 pessoas na construção da entidade. 'A capoeira é vida, literatura, educação. É lindo ver o envolvimento da comunidade e emocionante ver o bloco na rua mais um ano', diz Tonho Matéria, presidente. São mais de 500 pessoas que ajudam a cortar tecido, a pensar nas alas, a ensaiar passos e toques durante todo ano. O que faz da entidade mais do que um bloco, um ato de atitude, como garante a presidenta Mãe Lúcia, neta de Mãe Mirinha de Portão. 'Bankoma significa povo, gente, festa. E o nosso desfile vem pra mostrar a força dessa gente e pra falar da terra, da importância de curar a alma, nossa cabeça, nesses tempos difíceis', diz Mãe Lucia.

Afro e samba deram o tom da sexta
– O Olodum rendeu homenagem às divindades das águas, através do tema Deusas das Águas - Oceanos, Rios e Lagos. O governador da Bahia, Rui Costa, participou da saída do bloco, na sexta (09), no Pelourinho e em seguida, o bloco seguiu para o Campo Grande e realizou seu desfile até a Praça Castro Alves. Outro afro que se destacou na sexta foi Cortejo Afro, que iniciou o desfile, comemorando os 20 anos de história do bloco. A apresentação trouxe a exuberância e a resistência da cultura negra em cânticos, adereços e ritmos. Inspirado na música 'Milagres do Povo', do cantor e compositor Caetano Veloso, o bloco foi considerado pelos foliões pipoca o 'espetáculo da madrugada'.
O samba também reinou absoluto no Circuito Osmar (Campo Grande) no segundo dia do Carnaval Ouro e a diferença é que enquanto nomes nacionais do ritmo se apresentam no primeiro dia, na sexta são os sambistas e bandas da Bahia que dominam a Folia de Momo. Valorizando a 'prata da casa', os blocos Reduto do Samba, Alerta é Folia e o Alvorada levaram para as ruas do centro toda a qualidade musical do samba baiano. Entre as atrações estavam os grupos Movimento, Harmonia do Samba, Bambeia e os sambistas Roberto Mendes, Gal do Beco e Aloísio Menezes.

Saída do Ilê - Sábado foi o dia da tradicional saída do Ilê no Curuzu e os tambores rufaram e embalaram os milhares de foliões que estiveram presentes, na noite do sábado (10), para prestigiar o tradicional ritual religioso que antecede a saída do Bloco Afro Ilê Aiyê, no terreiro Ilê Axé Jitolu em direção as ruas da Liberdade. Com a benção dos orixás, o Ilê reafirmou o título de 'mais belo dos belos' na autenticidade das estamparias e figurinos alusivos à temática deste ano, 'Mandela. A Azânia celebra o centenário de seu Madiba'. Rui Costa, governador do Estado da Bahia, José Alves, secretário estadual do Turismo e a secretária de Cultura, Arany Santana prestigiaram a celebração. Na Avenida, o desfile do afro ficou por conta do Muzenza, Malê DeBalê, Didá e Bankoma.

Circuito Batatinha ferve no domingo - Uma multidão acompanhou o tapete branco dos Filhos de Gandhy pelas ruas do Pelourinho no domingo de carnaval, na tradicional cerimônia do Padê de Exu - orixá das encruzilhadas, do cumprimento à Ogum - orixá de todos os caminhos. O Filhos de Gandhy é mais antigo bloco em funcionamento no Carnaval de Salvador e de acordo coma secretária Arany Santana, “O Afoxé Filhos de Gandhy é um bloco de resistência no carnaval, que tem uma postura política de buscar a paz e perseguir esse objetivo, e por isso usam essas roupas brancas, com o intuito de derramar seu tapete branco pela cidade”.

E inspirados no tema do carnaval da cultura '220 anos da Revolta dos Búzios - Igualdade e Liberdade o Afoxé Filhos de Congo, Kambalagwanze e Tempero de Nego foram algumas das agremiações que fizeram o percurso no contra fluxo. O Afoxé Filhos de Congo apresentou a ala intitulada de 'negros fujões' - alusivo ao emblemático personagem do Recôncavo baiano. Já no Pelourinho, uma das atrações do Projeto Ouro Negro foi o afoxé Laroyê Arrida, que em cada carnaval homenageia um orixá. Neste ano, com o intuito de aflorar a criança que cada um tem, o bloco trouxe para a avenida o tema 'Ibeji - Divindades Infantis', uma referência aos Êres do Candomblé.

Da Barra ao Pelourinho – Segunda-feira (12) é o dia de carnaval que as entidades de matriz africana têm presença expressiva nos três circuitos oficiais do carnaval. O circuito Dodô (Barra/Ondina) recebeu os desfiles de tradicionais blocos afro e afoxés da Bahia. Os Filhos e Filhas de Gandhy e o Cortejo Afro levaram para a orla a música, a dança, os figurinos, as fantasias e todo legado das entidades, referências tradicionais da cultura afro-brasileira. Na mudança do Garcia teve o desfile do bloco Celebração na Palma da Mão.

E embora a segunda-feira seja o penúltimo dia oficial do carnaval de Salvador, para alguns blocos está apenas começando. Um deles é o afro Ókanbi, que celebra 35 anos e no seu primeiro dia de desfile passa na Avenida (no contra fluxo) com adereços e turbantes diferenciados. Nascido no terreiro Oxumaré e com o tema 'Oyá, o Vento que Dança sobre o Fogo', o afoxé Filhos de Korin Efan desfila há 17 anos e embalou os 650 associados na levada do afoxé pelas ruas do Pelourinho, bairro onde nasceu.

Ações 220 Anos de Revolta dos Búzios – Para ajudar a propagar o conhecimento acerca da Revolta dos Búzios, a SecultBA realizou também ações nas redes sociais, como os perfis históricos que contavam o que se conhece da biografia de cada um dos heróis da luta, e ainda a distribuição de ventarolas (abanadores) nas ruas e pontos comerciais do Pelourinho, trazendo QR Code que dava acesso a um conteúdo exclusivo sobre o acontecimento histórico, além de também os perfis dos heróis.

Pelo valor simbólico, histórico e cultural do seu tema, o estímulo ao trabalho dos artistas, a diversidade de atrações, e a forte adesão do público que compareceu em massa em todos os dias da programação, o Carnaval da Cultura (Pelô, Pipoca e Ouro Negro) encerra a sua edição 2018 com sucesso e um balanço positivo. O que se espera é que os ideais de Igualdade e Liberdade defendidos por João de Deus, Luís Gonzaga, Manuel Faustino e Lucas Dantas permaneçam na mente dos baianos e dos visitantes de fora que puderam conhecer estes nomes e a diferença que fizeram na história do povo negro. Para tanto, novas ações pensadas para dar prosseguimento às homenagens aos 220 Anos de Revolta dos Búzios estão sendo planejadas, junto à comissão instituída pela Secretaria de Cultura por meio da Fundação Pedro Calmon, e serão em breve divulgadas.

CARNAVAL DA CULTURA - O Carnaval da Cultura é o carnaval da democracia e da diversidade e do folião pipoca, que leva para as ruas, durante todos os dias e circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e, principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura – uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Carnaval Ouro Negro. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.carnaval.bahia.com.br.
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