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26/07/2019 10:10

Bate-papo no Dia da Mulher Negra marca programação especial do CCPI

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Foto: Divulgação

Na tarde desta quinta-feira (25), na sede do Centro de Culturas Populares e Identitárias - CCPI, ocorreu um bate papo em celebração ao Dia da Mulher Negra, Latina Americana e Caribenha, com o tema: ''O papel da mulher negra e quilombola nas políticas públicas'', reunindo três representantes para contar suas trajetórias políticas e culturais: a presidente do Conselho Estadual de Cultura, Pan Batista; a coordenadora artística do CCPI, Thelma Chase; e a coordenadora de culturas populares e identitárias, Cassi Ladi. A atividade faz parte da dinamização do CCPI, órgão da Secretaria de Cultura do Estado - SecultBA.

As convidadas para o bate papo são mulheres que demonstram em suas atuações o papel de liderança, à frente das questões culturais do nosso estado. A abertura do encontro foi realizada por André Reis, diretor do CCPI, que fez um breve relato sobre o perfil de cada convidada. Abrindo os diálogos da mesa, a coordenadora de Culturas Populares Cassi Ladi destacou sua trajetória pessoal e como se posicionou no enfrentamento do racismo e do machismo, Cassi pontuou também à importância da mulher negra sempre estar em busca da sua evolução acadêmica, e principalmente ocupar seu lugar de destaque, assumir postos de liderança nas politicas, sobretudo politicas culturais.

O bate-papo seguiu com a fala de Thelma Chase, produtora cultural manauara que relembrou sua chegada ao estado da Bahia, destacando fazer parte do projeto de revitalização do Pelourinho, citando a população do Centro Histórico como uma das referências de seu trabalho político e cultural. Thelma apresentou dois convidados, um deles é o artista plástico Joel Souza, também estilista que produz peças femininas com uso de garrafas pets e latinhas de alumínio. A coordenadora artística do CCPI contou detalhes de como conheceu Joel: “Eu passei na rua, o vi produzindo, chamei, pedi uma blusa, ele fez, depois pedi mais vinte cinco, ele fez e assim por diante, ele agora produz peças para vários artistas, inclusive internacionais’’.

Outra convidada de Thelma Chase foi Elem Silva, que é Maestrina da Banda Meninos da Rocinha do Pelô, em seu depoimento Elem destacou a relação pessoal com a produtora que sempre foi incentivadora dos seus projetos. Elem lidera o grupo percussivo e já esteve em Londres participando inclusive de um documentário que narra sua história. Chase também ressaltou o projeto Tambores e Cores que trabalha com diversos jovens do Pelô, e finalizou a importância da relação pessoal com o Centro Histórico, o que motiva a dar continuidade na política cultural para o estado. Thelma Chase é atualmente coordenadora artística do CCPI.

Encerrando a tarde de bate-papo a presidente do Conselho Estadual de Cultura Pan Batista, iniciou sua fala ressaltando a importância da manutenção cultural do Recôncavo Baiano, se apresentou para o público presente entoando cânticos e principalmente falando das suas origens, como quilombola da comunidade de Santiago do Iguape. ‘’Para nosso quilombo trajetória é sinônimo de luta e foi com muita luta que conquistei muitos espaços’’.

Pan foi por duas vezes Presidente da Associação de Marisqueiras do Iguape, é Diretora Cultural da Associação Cultural e Artística do Iguape, lider o projeto ‘’Sou Negro’’ onde implantou a Feira Cultural do Iguape, levando para a comunidade a cultura, economia solidária, criativa e participativa, conquistando uma rede de apoio através da própria comunidade.  ‘’Me sinto orgulhosa de estar aqui enquanto mulher negra e quilombola, envolvida nas conquistas de Políticas Culturais’’. Pan finalizou destacando que quando foi eleita pela primeira vez como conselheira de cultura teve como uma das principais metas escutar e dar voz a sua comunidade, como todas as outras.

Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – O CCPI, órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), é responsável pela execução, proteção e promoção das políticas públicas de valorização e fortalecimento das manifestações populares e de identidade, orientadas de acordo com o pensamento contemporâneo da Unesco e do Ministério da Cultura. Seu campo de atuação contempla a cultura do sertão, de matrizes africanas, ciganas e indígenas, LGBTQ+, infância e idosos. Coordena a programação artística dos largos do Pelourinho e suas grandes festas populares.

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