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04/11/2019 17:20

Encontro celebra 518 anos da Baía de Todos os Santos


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Foto: Lucas Rosário

A Baía de Todos os Santos foi homenageada pelos seus 518 anos na última sexta-feira, no bairro do Santo Antônio, em Salvador, durante o evento Kirimurê dos Tupinambás. O encontro, realizado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), contou com rodas de conversa, exposição fotográfica e apresentações culturais. A programação aconteceu no mesmo dia em que o Forte de Santo Antônio Além do Carmo voltou a ser administrado pelo CCPI.

O diretor do CCPI, André Reis, ressaltou que os 518 anos da Baía de Todos os Santos não poderiam deixar de ser celebrados pelo Centro e pelos órgãos que se preocupam com a questão ambiental na Bahia e no mundo. “Estamos sempre acompanhando atividades ligadas à produção de bens ou utilidades, como técnicas construtivas de casas, saveiros ou jangadas até setores como o de gastronomia e artesanato. Hoje, mesmo, o Forte de Santo Antônio volta a ser administrado pelo CCPI”.

O presidente do Instituto REDEMAR, William Freitas, destacou a importância do encontro. “Ficamos felizes em participar deste evento, sobretudo, pelo significado que a Baía de Todos os Santos tem para todos nós e para o crescimento de Salvador. Temos que pensar em questões como o plano de manejo, o turismo comunitário e aquele ecologicamente pensado. Não existe lixo marinho e, sim, lixo no mar”.

Em sua palestra, a professora e doutora Hilda Baqueiro (UFBA) lembrou como os índios Tupinambás explicavam a existência da Baía e que a consideravam um lugar divino e especial. “Na época, os índios determinaram para uma caça que ela fosse  em busca do lugar mais belo para se instalarem e, assim, encontraram a nossa Baía”.

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Foto: Lucas Rosário

O cantor e compositor J. Velloso revelou satisfação em participar do evento. “Estou feliz em encabeçar essa luta de preservação da Baía. Fiz a música Kirimurê e por isso estou aqui para dizer o quanto é importante todo este movimento de defesa da Baía. Salve as nações indígenas dizimadas”, destacou. Velloso convidou os participantes para cantar em ritmo de Toré (cantos sagrados que desenvolve nos índios o amor, a união e a força para sustentar sua cultura, envolvendo as artes da natureza, dos animais e plantas, o vento, a terra, o fogo e as águas).

Já o presidente da Câmara Baía de Todos os Santos, Moisés Cafezeiro, destacou que o encontro foi um dia importante para quem vive na Bahia. “Essa reflexão e consciência da importância da Baía é fundamental neste momento em que presenciamos situações como a poluição ambiental causada pelo derramamento de óleo. A Baía precisa do desenvolvimento da educação ambiental e consciência do seu enorme potencial turístico. Por isso, temos que fazer parcerias e lutarmos para preservá-la e”, disse.

No evento foi também lançada a campanha Saveiros da Bahia - Por amor à tradição. A mostra é uma forma de valorizar a riqueza cultural do estado da Bahia, levando aos visitantes informações sobre as embarcações e atividades relacionadas com o tema. Foi realizada ainda a abertura da Exposição fotográfica "O Mar não está para Plástico", fruto da ação de voluntários que aderiram à campanha de coleta de lixo nas praias de Itapuã, Buracão (Rio Vermelho) e Boa Vigem (Ribeira). A exposição vai até dia 30/11/19.

Estiveram também presentes ao evento representantes do Forte Santo Antônio Além do Carmo, o presidente do IPR,  Luan Peres, coordenador da mesa, o professor e doutor Paulo Grabriel Nacif (UFRB), entre outras autoridades.

Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – O CCPI da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) é responsável pela execução, proteção e promoção das políticas públicas de valorização e fortalecimento das manifestações populares e de identidade, orientadas de acordo com o pensamento contemporâneo da Unesco e do Ministério da Cultura. Seu campo de atuação contempla a cultura do sertão, de matrizes africanas, ciganas e indígenas, LGBTQ+, infância e idosos. Coordena o projeto Pelourinho Cultural, responsável pela programação artística dos largos do Pelourinho e suas grandes festas populares.

Baía de Todos os Santos  - A Baía é composta por 56 ilhas, 18 municípios, mais de 1000 km de costa, quase 100m de profundidade. É considerada a maior baía do Brasil, segunda maior do mundo e capital da Amazônia Azul, completando 518 anos.

Kirimurê - Palavra cujo significado é “grande mar interior”, era como os índios tupinambás, habitantes originais de nossas terras, denominavam ao que hoje é mundialmente conhecida como a Baía de Todos os Santos. Às suas margens, a Bahia se desenvolveu enquanto um estado grande e repleto de riquezas culturais
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