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28/05/2020 11:20

Dona Cadu estampa homenagem ao Dia do Ceramista

CADU

No Dia do Ceramista, comemorado nesta quinta-feira (28 de maio), o Centro de Culturas Populares e Identitárias, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, realiza mais uma homenagem à ilustre filha do Recôncavo Baiano, mestra da cultura popular, Ricardina Pereira da Silva, a Dona Cadu.

O selo “Dona Cadu – 100 Anos de Cultura Popular”, lançado em 14 de abril, data do seu centenário, estampa a homenagem que, simbolizada pela figura de Dona Cadu, se estende a todos profissionais, homens e mulheres, que se dedicam à arte e o ofício da cerâmica. Um fazer histórico de importante contribuição cultural, social e econômica para inúmeras famílias.

A magia de criar e modelar peças de cerâmica, Dona Cadu aprendeu aos 10 anos, com uma vizinha de seu pai. Desde cedo, conta Cadu, as mãos que plantavam na roça para ajudar a criar os irmãos foram dando espaço a uma atividade mais apurada, traduzida na confecção de belas panelas, tachos, fruteiras, vasos e várias relíquias, feitas de barro com muita dedicação e zelo - uma tradição que remonta ao período colonial e é passada de geração a geração por antigos artesãos em municípios como Maragogipe, onde mora Dona Cadu. Ela conta que teve dois filhos, Balbino e Lúcia, mas que criou uns 10. "Tudo foi com a cerâmica, criei os meus filhos e os dos outros, porque tinha pena de não ver eles irem para escola".

O samba genuíno da artesã também nasceu das tradições do Recôncavo da Bahia, que hoje já agrega outras representantes regionais. Os trabalhos na roça e a tarefa árdua que fazia na pedreira, quebrando brita, ficaram para trás. No lugar, triunfou o ofício de ceramista e sambadeira, reconhecida nacionalmente. Mestra Griô, compartilha seus saberes, práticas e experiências, dando aulas em oficinas para sambadeiras e sambadeiros mirins, além de ensinar moradores da comunidade de Coqueiros, em Maragojipe, a trabalhar com a cerâmica, dente outras atividades.

Dona Cadu 100 Anos de Cultura Popular – Mulher afro-indígena, de personalidade forte, alegre e determinada, que reúne os papéis de ceramista, rezadeira e sambadeira, Dona Cadu inspira uma série de atividades desenvolvidas pelo CCPI/SecultBA em homenagem aos seus 100 anos de vida dedicada à cultura.


As primeiras aconteceram em 14 de abril, seu aniversário, quando através do Instagram @ccpicultura aconteceram as lives comemorativas “Dona Cadu – 100 Anos de Cultura Popular”, na qual ocorreu o lançamento do selo, e “Leitura do livro infantil O Dia em que Almocei com a Bisa”, da autora Rosângela Cordaro.


O selo “Dona Cadu 100 Anos de Cultura Popular” demarca a série de ações promovidas pelo CCPI que terão continuidade até 2021, homenageando a mestra e aos seus ofícios.


Mini bio - Nascida em 14 de abril de 1920, no município de São Félix, na Fazenda Pilar, Recôncavo da Bahia, e há muitos anos moradora do distrito de Coqueiros, no município de Maragojipe-BA, Ricardina Pereira da Silva, 100 anos, popularmente conhecida como Dona Cadu, é a mais antiga ceramista em atividade. Ela dá vida a panelas, pratos e outros utensílios feitos com barro de modo artesanal, diariamente, há 90 anos. Dona Cadu é também rezadeira, sambadeira e dona do Samba de Roda Filhos de Dona Cadu, que tem como vocalista seu filho Balbino. Mestra Griô, é reconhecida por sua singularidade, simplicidade e criatividade - figura inesquecível, encantadora e afetiva, é muito simpática, carismática e feliz.


Mais informações biográficas: Documentário Sambadeiras do Recôncavo da Bahia, fruto de pesquisa sobre o Samba de Roda de Clécia Queiroz, vinculada ao programa de Doutorado DMMDC/UFBA, Orientação Janja Araújo. Disponível no YouTube.
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