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23/12/2010 12:43

Dia do Jazz no Pelô encerrou temporada de sucesso com várias participações especiais no Largo Pedro Archanjo



[caption id="attachment_6255" align="aligncenter" width="300" caption="Jazz no Pelô - Crédito: Luzy Santana"]Jazz no Pelô - Crédito: Luzy Santana[/caption]



Projeto levou o melhor da música instrumental ao Pelourinho entre os meses de junho a dezembro

A música percussiva se mostrou a grande aliada do jazz na apresentação que levou renomados músicos ao palco do Largo Pedro Archanjo ontem, 22 de dezembro, num espetáculo que proporcionou o melhor do som instrumental ao público baiano. O projeto Dia do Jazz no Pelô, que firmou-se no ano de 2010 como um dos melhores roteiros de jazz da capital baiana, foi realizado pelo Coletivo de Música e Arte da CUFA – Central Única das Favelas – de Itapuã em parceria com o Pelourinho Cultural, programa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA) através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), e contou com a presença do músico Letieres Leite com o grupoQuinteto e a versátil percussionista Tamima Brasil com a sua banda Itapuã Beat.

A coordenadora da CUFA de Itapuã, Analu Franca revelou que o Dia do Jazz no Pelô enfatizou o grande talento de muitos artistas da cena musical baiana, divulgando o trabalho deles. "Existe em Salvador um público fiel à música instrumental. Nosso diferencial com o projeto é que ele fortalece o músico que trabalha predominantemente com esse estilo. A ideia partiu dessa história, de dar oportunidade aos trabalhos novos", e complementou em relação ao apoio do Pelourinho Cultural. "Ivanna Soutto (diretora do Pelourinho Cultural) é uma pessoa incrível. Ela entende não só de música, mas de boa música. Ela abriu o espaço para vários estilos".

A música de abertura do show do Quinteto destacou as influências da percussão na música instrumental do grupo. O compositor e maestro Letieres Leite começou tocando o saxofone, mas logo migrou para a percussão. Os músicos Marcelo Galter no piano, Tito Oliveira na bateria, Ldson Galter no contrabaixo e Luisinho de Jeje na percussão acompanharam o som de Letieres. A apresentação enfatizou a mistura dos ritmos percussivos da Bahia com os sons do jazz encontrados nas grandes metrópoles cosmopolitas. "Nós destacamos a percussão, porque é de onde vem toda a nossa inspiração para compor as músicas", disse Letieres durante o show. "Eu queria agradecer o convite de Analu Franca", diz.

Outra canção apresentada pelo Quinteto foi a Cataluña Vuelve a Casa, composição instrumental própria do grupo. Desta vez, Letieres e Luisinho tocaram a flauta e o atabaque respectivamente, transformando a união de sons tão distintos em uma perfeita harmonia. O pianista Marcelo Galter afirmou que "no Pelô, temos a oportunidade de tocar para um público diferente, um público mais sincero". A participação especial da apresentação ficou com o guitarristaMou Brasil.

Após o show do Quinteto, o grupo Itapuã Beat subiu ao palco liderado pela musicista de extremo talento versada na bateria e na percussão Tamima Brasil. A banda mesclou os sons de diferentes instrumentos, gerando uma canção de abertura com forte influência do Reggae. O conjunto Itapuã Beat, formado pelos músicos João Paulo no sampler, teclado e escaleta; Iago Avelar na percussão, Fabrício Mota no baixo, Fábio Negrone na guitarra, Hugo no trombone, Gilberto no trompete e a própria Tamima Brasil na bateria, recebeu a participação especial do músico Tiganá Santana, que emprestou a sua voz para a apresentação. "Eu achei ótimo o projeto apresentar esse ritmo diaspórico negro, porque é importante saber que são feitas diferentes leituras de jazz aqui nesse espaço", disse Tiganá. "A música instrumental é feita pela pluralidade. Existem vertentes distintas e os largos mostram o que nós vivemos aqui".

Outros convidados do Itapuã Beat foram Letieres Leite na flauta, Mou Brasil e Luiz Brasil na guitarra, que se apresentaram separadamente e encantaram o público. Para Tamima, a banda conseguiu revelar o que existe de melhor na música instrumental contemporânea e as participações de outros músicos só tornaram o espetáculo ainda mais completo. "O Itapuã Beat se baseia nesse som diferente, de uma mistura de Afrobeat, música africana, com a ideia do sampler. Cada um no grupo tem um gosto, então a gente compõe tendo isso em mente", disse Tamima. "Nós fazemos um som mais contemporâneo, usando instrumentos experimentais".

De acordo com a cantora Marcia Castro, que assistiu ao show da plateia, o Dia do Jazz no Pelô mostrou a criatividade e versatilidade da música feita na Bahia. "O projeto mostra o trabalho do Quinteto e do Itapuã Beat não só com a música baiana sendo utilizada como componente essencial, mas também sem negar a raiz, a força que tem essa música", disse Marcia.

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