Notícias

03/07/2014 12:08

Música, história e premiação de fachadas decoradas marcam programação cultural do Dois de Julho

2 de Julho no Pelourinho - Fotos Tacila Mendes (8)


Do ritmo dos grupos percussivos e de samba até a harmonia das filarmônicas, passando pelos personagens que escreveram a história das lutas pela Independência na Bahia e pela tradição do concurso de decoração de fachadas das casas em homenagem ao 2 de Julho. A diversidade foi uma das marcas da programação da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) para uma das mais ricas e significativas festas do calendário baiano, cujo desfile é registrado como patrimônio imaterial pelo Estado.

"Algumas festas marcam muito a singularidade da construção da identidade na Bahia. É o caso do 2 de Julho, que tem um profundo papel histórico para a construção de nossa memória e é uma de nossas festas mais representativas e bonitas. Existem aqui componentes oficiais diluídos a uma lógica mais ampla, com suas manifestações sociais e uma marca popular profundamente enraizada, já que foi fundamentalmente o povo quem lutou pela independência em nosso estado", afirma o secretário estadual de cultura da Bahia, Albino Rubim.

Essa história foi destacada na programação da Fundação Pedro Calmon, que levou personagens do 2 de Julho ao cortejo com a ação "História em Movimento: 2 de julho em debate". No Largo da Soledade e na Praça Municipal, foram expostos totens em tamanho real dos personagens populares da independência, como Maria Quitéria, Joana Angélica, o Caboclo, Maria Felipa e o comandante do Batalhão dos Periquitos, o Periquitão. Na ação, o público tirou fotos junto aos personagens e conheceu a participação de cada um nas batalhas. Foram distribuídos materiais informativos como o mapa da rota da independência, gazeta História do Centro de Memória da Bahia e folders com a biografia dos personagens e ícones do 2 de julho.

As manifestações musicais populares tradicionais foram o centro da programação da Fundação Cultural do Estado da Bahia, que incluiu dez filarmônicas e três grupos culturais de diversas regiões do estado. A lista de filarmônicas participantes engloba entidades de municípios de norte a sul da Bahia. São elas: do território do Recôncavo, a Lyra Ceciliana, a Sociedade Lítero Musical Minerva Cachoeirana e a Sociedade Filarmônica Euterpe Cruzalmense. Do Baixo Sul da Bahia, a Associação Filarmônica Amigos da Música, a Flisa – Filarmônica Lira Santo Antônio. Do Sisal, a Associação Filarmônica e Coral Juvenil 4 de Janeiro e a Sociedade Recreativa e Cultural Filarmônica 30 de Junho. Já do Piemonte da Diamantina, a Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina e do território de Irecê, a Sociedade Filarmônica 19 de Setembro de Ibipeba. Por fim, da Chapada Diamantina, a Sociedade Filarmônica Minerva. Três grupos de tradições populares do Recôncavo apresentaram riquezas culturais do território: a Barquinha de Bom Jesus dos Pobres, a Chegança dos Marujos Fragata Brasileira e a Chegança de Mouros Barca Nova Feminina, todas de Saubara.

Já o Centro de Culturas Populares e Identitárias da SecultBA preparou uma calorosa recepção ao cortejo cívico da Independência no Pelourinho. Sob a regência de Mestre Jackson e Mestre Pacote, 110 percussionistas dos grupos Didá, Cortejo Afro, Muzenza e Bandão Verde Rosa se uniram pela manhã no Largo do Pelourinho. A festa Esperando o Caboclo ainda contou com a participação do Afoxé Filhas de Gandhy, que na mesma data completou 35 anos de história. A chegada da Cabocla e do Caboclo foi saudada por clarins anunciadores, e o cortejo recebido por aplausos dos milhares de presentes. A programação se estendeu durante a tarde e a noite nos largos do Pelourinho com o Samba da Independência, que incluiu nove shows de artistas como Walmir Lima, Rose Belo e Firmino de Itapuã.

Decoração de fachadas

A tradicional premiação de fachadas decoradas, promovida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) com o apoio da Fundação Gregório de Mattos, da Prefeitura Municipal de Salvador, coloriu o percurso do desfile em tons de verde e amarelo, e azul, vermelho branco. A iniciativa premia com R$ 6 mil – distribuídos entre primeiro, segundo e terceiro lugares – os moradores de imóveis localizados nas ruas por onde passa o cortejo (da Lapinha ao Terreiro de Jesus) cujas fachadas foram decoradas. Os critérios para escolha são atendimento à temática cívica, preservação do patrimônio edificado, criatividade, originalidade e preocupação com o meio ambiente. A Soledade, por onde passa o desfile do 2 de Julho, é tombada como patrimônio material pelo Estado.

A comissão julgadora deste ano foi formada por cinco personalidades de reconhecida referência cultural, entre eles artistas plásticos, arquitetos, jornalistas e técnicos do IPAC. O resultado da premiação será divulgado a partir do dia 21 de julho no site do instituto (www.ipac.ba.gov.br), onde também já pode ser acessado o regulamento (link direto: http://migre.me/k8nyw).

História em Movimento

A ação "História em Movimento: 2 de julho em debate" será levada para as Bibliotecas Públicas e Arquivo Público a partir do dia 16 de julho, com palestras ministradas por historiadores e pesquisadores sobre o processo da independência. Dentre eles, Sergio Guerra, Marcelo Siquara e Milton Moura, que estará na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, em Itaparica. Registros da ação dos personagens e toda a programação da Fundação Pedro Calmon/SecultBA no 2 de julho podem ser consultados no endereço www.fpc.ba.gov.br/2dejulho.
Recomendar esta notícia via e-mail:

Campos com (*) são obrigatórios.