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05/12/2014 16:17

Fé, música e tradição marcaram Festa de Santa Bárbara no Pelourinho

Missa campal de Santa Bárbara 2014 - Foto Tacila Mendes (149)


Ao nascer do sol, a queima de fogos já anunciava que o último dia 04 não seria uma quinta-feira como as outras. No Largo do Pelourinho, alguns fiéis já se reuniam para acompanhar cada minuto desde a alvorada do dia de Santa Bárbara. Ali aconteceria a famosa festa da homenageada, trazendo em si séculos de tradição e muita fé. O evento reuniu milhares de pessoas durante a manhã para celebrar a Santa Bárbara, também lembrada como Iansã e Oyá. O vermelho e o branco, cores pelo qual é lembrada, ocuparam as ruas e praças do Centro Histórico. As homenagens se estenderam durante a tarde e a noite, com uma programação musical promovida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI).

"É um momento de muita festa, porém também de reverência. De recordar a mulher que foi Santa Bárbara e o que ela continua representando para tantas mulheres e homens de hoje, como um espelho e fonte de inspiração nos momentos de tempestade e ventanias. E é uma festa de caráter popular, nosso papel enquanto Secretaria de Cultura é apoiar e investir para o fortalecimento deste patrimônio cultural, mas é primeiramente uma manifestação do povo e sustentada pelo povo", afirma a diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias, Arany Santana, que destaca o movimento mais intenso de fiéis na celebração deste ano.

Clarins posicionados na sacada do Centro de Culturas Populares e Identitárias anunciaram a chegada do cortejo, que tinha à frente a Irmandade do Rosário dos Pretos. A celebração religiosa, marcada por louvores e orações, lembrou também de fatos da história de Santa Bárbara. Os devotos confraternizaram entre si e trouxeram presentes, e na fé em Santa Bárbara depositaram seus pedidos e agradecimentos.

Dona Lindinaura, 81 anos, se emociona ao falar sobre a Santa. "Não costumo fazer pedidos por mim, mas sempre peço pelos outros e por minha família, e tenho sido atendida. Sou devota de Santa Bárbara e participo das homenagens há mais de 50 anos", conta Lindinaura, que conta que se identifica com o espírito guerreiro de Santa Bárbara. No dia da festa, a aposentada se enfeita de vermelho e branco, e se veste de baiana para festejar.

A sambista Claudete Macedo encerrou a missa campal entoando hinos a Santa Bárbara, incluindo duas composições de sua autoria, "Horizonte da Manhã" e "Bárbara Guerreira", que se tornaram cânticos bastante populares da celebração. A inspiração, conta a artista, veio de Deus e de sua fé em Santa Bárbara, a quem ela se declara devota desde antes de nascer. "Quando criança eu já acompanhava minha mãe e me apresentava na festa. Sou devota desde o ventre. Nunca deixei de prestar minha homenagem com muita fé e com tudo de bom que Santa Bárbara me trouxe", declara a cantora, que também se apresentou mais tarde, no Largo Quincas Berro D’Água.

O samba deu o tom da programação artística que movimentou a tarde e a noite de festa, e ninguém saiu do Pelô. No Largo do Pelourinho, se apresentaram Jorginho Commancheiro, Grupo Trivial, Neto Balla e Juliana Ribeiro. As cantoras Carla Lis, Rose Belo e Gal do Beco foram as atrações do Largo Pedro Archanjo, enquanto Anjo Bom, Claudya Costta e Roque Bentenquê se apresentam no Largo Tereza Batista. Além de Claudete Macedo, Firmino de Itapoan e o Movimento Musical Seja Você um Sambista estiveram no Largo Quincas Berro D’Água.
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