Festa do Bembé do Mercado pode integrar lista federal dos bens imateriais

A Festa do Bembé do Mercado de Santo Amaro recebeu, no último dia 14, o parecer favorável da Câmara de Patrimônio Imaterial do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN) para integrar a lista federal dos bens imateriais. A notícia foi recebida pelo Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), em reunião ocorrida no IPHAN na segunda-feira (18). A continuidade do processo de registro aguarda o parecer final do Instituto Federal.

"O Bembé do Mercado nos apresenta um novo olhar sobre os fatos históricos do nosso processo de consolidação social. Reconhecê-lo enquanto patrimônio significa dar a voz àqueles que vivenciaram o nosso processo de colonização na sua perspectiva mais violentada e brutal, daqueles que foram escravizados. Significa, acima de tudo, dar voz àqueles que, até então, não tiveram voz, desvelando um outro lado da nossa história", declara o historiador Mateus Torres, coordenador de pesquisa e fomento do CCPI.

O Bembé do Mercado de Santo Amaro, na Bahia, é uma celebração que reúne mais de 40 terreiros de matriz africana, além de diversas manifestações culturais como a capoeira, o Samba de Roda do Recôncavo e o Maculelê, há 127 anos, no município de Santo Amaro da purificação, para comemorar o final - ao menos institucional - do nefasto capítulo de escravidão no Brasil. Esta celebração foi reconhecida como Patrimônio Cultural pelo Governo do Estado da Bahia, no ano de 2012, através do Decreto Estadual N° 14.129/12 e, desde então, vem sendo acompanhada e apoiada pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), o Ministério da Cultura (MinC) e a Prefeitura Municipal de Santo Amaro da Purificação.